Redação
O presidente Lula (PT) deu uma de Lula mais uma vez: escolheu para integrar o Supremo Tribunal Federal o seu Ministro da Justiça, senador licenciado Flávio Dino (PSB/MA).
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Justamente aquele da sua linha de frente que mais tem sido exposto às críticas pelo seu jeito de ser – de não deixar nenhum ataque sem resposta, de arranjar explicação até para o inexplicável.
Junto com Flávio Dino foi anunciado o nome de Paulo Gonet para o cargo de Procurador-Geral da República.
O jornalista Josias de Souza comenta a posição do presidente:
“Antes de tomar a decisão de indicar Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal e Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República, Lula conversou com os interessados, consultou amigos e companheiros, recuou e avançou dezenas de vezes. Com o processo decisório já caindo de maduro, Lula fez, nos dois casos, o oposto do que lhe pedia o seu partido. Para evitar uma tripla derrota, o PT pega em lanças agora pela poltrona de Dino no Ministério da Justiça.
Para o Supremo, o petismo preferia o advogado-geral da União Jorge Messias. Para chefiar a Procuradoria, Antonio Bigonha. Durante o vaivém de Lula, já antevendo o cheiro de queimado, o PT empinou o nome de Messias como alternativa para a Justiça. Esboçou também, como Plano B, o apoio ao nome do advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas.
Filiado ao PSB, Dino prefere que a pasta seja assumida pelo seu número 2, Ricardo Cappelli. Como se o emaranhado de interesses fosse pequeno, Lula passou a cogitar a hipótese de transferir a emedebista Simone Tebet do Ministério do Planejamento para a Justiça, informa Mônica Bergamo.
De resto, voltou à mesa a ideia de retirar a segurança pública da Justiça, pendurando no organograma do governo um novo ministério. Lula prometeu durante a campanha que criaria uma pasta para cuidar especificamente de segurança. Eleito cedeu ao pedido de Dino para que os dois temas fossem mantidos sob o mesmo guarda-chuva.
As estatísticas sobre homicídios e violência policial mostram que a segurança, de fato, tornou-se uma crise dura de roer. Mas o que provoca a ressurreição do debate sobre a nova pasta não é a busca por soluções, mas por uma nova poltrona.”
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