“Isso é estarrecedor” – Federação da Agricultura de Alagoas endossa críticas ao governo sobre o Enem

Publicado em 06/11/2023, às 19h23 - Atualizado às 19h24

Redação

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas, Álvaro Arthur Lopes de Almeida, endossou as manifestações de protesto contra o ENEN – Exame Nacional do Ensino Médio, que na prova realizada neste domingo (5) para estudantes de todo o Brasil submeteu questões ideológicas, inclusive com críticas ao agronegócio brasileiro.

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Em contato com este blog, Almeida foi contundente:

“Isso é estarrecedor. Não sei se é revanchismo contra o setor. As eleições já passaram e o agronegócio continua contribuindo com o desenvolvimento do Brasil, cada vez mais respeitado por todos os demais segmentos. Isso é a coisa mais aberrante que eu já ouvi na minha vida. Está no contramão do mundo.”

Segundo o presidente da FAEAL, é algo sem sentido:

“Aqui no Brasil, não. Me parece que é o revanchismo contra nosso segmento. Quanto mais se faz isso, mais o nosso segmento emprega mais, para as contas… É lamentável e muito preocupante. Eu acho que não é hora dessas coisas.”

A seguir, a íntegra da nota emitida pela Frente Parlamentar da Agropecuária:

“A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) aguarda posicionamento urgente do governo federal brasileiro sobre questões de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico dispostas no Exame Nacional do Ensino Médio, prova de admissão à educação superior, aplicada pelo Ministério da Educação no último domingo (5).

O ENEM é um exame de avaliação do conhecimento. As perguntas são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica e permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista. Anulação já!

1. Negacionismo científico contra um setor que, além de trazer a segurança alimentar ao Brasil e ao mundo, é massificação de mentiras. O setor agropecuário representa toda a diversidade da agricultura: pequenos, médios e grandes. Somos um só e não aceitaremos a divisão para estimular conflitos agrários;

2. É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil;

3. A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira;

4. Este é o único país do globo em que o seu próprio governo federal propaga desinformação sobre a principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos. A serviço dos brasileiros? Vincular crimes à atividade legal é informação?;

5. A ineficiência do Estado Brasileiro está exposta. A vinculação de crimes à atividade legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades. Não permitiremos que a desinformação seja propagada de forma criminosa entre nossa sociedade, como foi feito durante os anos anteriores do governo atual;

Ações:

a) Requerimento de convocação do Ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e Senado Federal;
b) Requerimento de informação ao Ministério da Educação sobre a banca organizadora do ENEM 2023 e referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame;
c) Anulação das questões 89, 70 e 71 do ENEM 2023.

Dados oficiais:

A cadeia produtiva no Brasil movimentou R$ 2,63 trilhões em 2023, cerca de 24,4% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional (CEPEA/CNA);

Superávit de emprego e renda para 28 milhões de brasileiros, apenas no 1º trimestre deste ano, representando cerca de 27% do total de empregos no país. (CEPEA/CNA);

Sustentabilidade brasileira: território nacional possui 66,3% de áreas preservadas e de proteção à vegetação nativa, desses, 33,2%, ou seja, a metade, estão nas propriedades privadas brasileiras. Área de propriedades rurais é de 30,2%. (EMBRAPA).”

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