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Após o empate em 0 a 0 contra o Palmeiras, o técnico Tite voltou a justificar a rodagem que vem dando ao elenco do Flamengo. Em meio a duas competições e com a chegada da Copa do Brasil, o treinador tem detalhado, jogo após jogo, a situação física de alguns atletas, e no confronto deste domingo não foi diferente. De acordo com o treinador e sua comissão técnica, Pedro e De La Cruz, que só entraram na segunda etapa, faziam parte de um grupo de atletas que estão em estágio "amarelo e vermelho" de atenção pelo risco de confusão.
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— Nós temos a avaliação fisiológica e o acúmulo de minutos. Então, seguindo recomendações do departamento de Saúde e diante desse calendário árduo, iniciamos com outros atletas que, no nosso entendimento, também poderiam responder bem. Eles entraram no segundo tempo, já se conhecem melhor, entendo até que com a entrada dos dois nós começamos a fluir um pouco mais ofensivamente, mas é isso. Foi o departamento de Saúde que nos deu esse direcionamento — explicou o auxiliar César Sampaio.
De fato, com a entrada dos dois, principalmente de De La Cruz, o Flamengo teve mais volume no ataque. Com um quinteto formado pelo uruguaio e pelo centroavante junto de Arrascaeta, Gerson e Bruno Henrique, o rubro-negro conseguiu trocar mais passes e movimentar melhor. Mas nada disso foi suficiente para que a equipe criasse mais chances de perigo.
Dando sequência ao que Tite tem feito nos últimos jogos, o Flamengo deve poupar mais titulares na partida da próxima quarta-feira, contra o Bolívar. Além de Pedro e De La Cruz, o treinador citou outros três atletas que estão em estágio mais avançado de desgaste físico: Ayrton Lucas, Pulgar e Luiz Araújo. Desses, apenas o ponta foi substituído.
— Eu estava pedindo para chamar o Fábio (Mahseredjian, preparador físico) porque ele tem detalhes específicos da área que são científicos, que não é da vontade do técnico. A vontade do técnico é competir todos os atletas e colocar. Mas tem alguns atletas com seis ou sete jogos seguidos. Aí o departamento médico diz: "A nossa posição é de cuidados". Hoje especificamente tínhamos Pedro, Nico, Ayrton, Erick Pulgar e Luiz Araújo, que estavam em sinal amarelo e vermelho porque tinham riscos importantes e você (pode) perder jogador para seis ou sete jogos. E o sintético tem uma característica diferente. A exigência articular e muscular no sintético é muito maior também — concluiu Tite.
As falas de Tite foram corroboradas pelo preparador físico do rubro-negro, Fábio Mahseredjian. De acordo com o profissional, a ideia não é poupar os jogadores para preservar lesões, o que, segundo o próprio, vai acontecer de qualquer maneira, mas sim evitar um forte declínio técnico causado pelo desgaste.
— Nós temos um departamento que faz uma análise bioquímica, o nosso fisiologista faz toda a avaliação de termografia mais a minutagem de jogo. Então todos os dados são compilados, e nós nos reunimos para tomar a melhor decisão. O objetivo vejam bem não é prevenção de lesão, esqueçam disso porque vai machucar. Todos os times machucam. Vai acontecer, principalmente agora que o calendário está congestionado — detalhou o preparador.
— Com todos esses dados, nós nos reunimos e aí tomamos a decisão de tirar atleta A, atleta B ou atleta C. Por quê? Porque a performance dele começa a cair. A decisão é sempre do treinador, nós passamos informações a ele. Estamos todos juntos para ajudar a tomar a melhor decisão. O objetivo é melhorar performance do atleta e recuperá-lo — concluiu.
Assim, é possível que o time tenha alterações para enfrentar o Bolívar na altitude de La Paz. São cerca de 3.600m acima do nível do mar. No meio, Gerson pode ter uma oportunidade. Já na lateral, Viña, que também atuou na altitude contra o Millonarios, e não foi bem, é quem pode ganhar vaga.
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