Exposição transforma dor de mulheres em processo de cura

Publicado em 10/07/2023, às 00h13
Fotos: Luiza Saad/Sesc -

Agência Brasil

O caso de uma mulher negra, moradora de Boavista, Roraima, que vivia em um relacionamento violento e teve a casa em que vivia incendiada pelo agressor. Uma moradora do Calafate, periferia de Salvador, que enfrentava um relacionamento abusivo longo e sofria agressões porque o parceiro não aceitava a atuação dela em um coletivo de mulheres que combatia várias formas de discriminação. Uma jovem travesti de Fortaleza que teve de suportar violência sexual cometida até mesmo por homens que eram seus familiares.

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Essas histórias reais parecem fazer parte de arquivos de uma delegacia de proteção às mulheres. Mas estão reunidas e expostas em um tipo de lugar em que não é tão comum relatos com essa dramaticidade.

A cidade de Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, é um dos principais destinos turísticos do estado. Com cerca de 45 mil habitantes, é um dos ícones da arquitetura colonial no país e tem o litoral recortado por belas praias e ilhas. Até o dia 3 de setembro, o Polo Sociocultural Sesc Paraty recebe a exposição Retratos Relatos – subvertendo a dor, que oferece aos visitantes histórias de violência de gênero e superação.

A ideia da exposição é da artista visual Panmela Castro. Ela mesma com um histórico de violência doméstica. Ao se tornar uma ativista contra a violência de gênero, passou a receber mensagens de outras mulheres. “Mulheres do Brasil todo passaram a me abordar e contar suas histórias de vida. A maioria delas quer fazer algo com essa dor, dor de histórias que muitas vezes não foram contadas para ninguém. Elas veem em mim um porto seguro, uma pessoa para quem elas podem se abrir. Então a gente faz algo com essa dor que é transformá-la em arte”, disse a artista nascida no Rio de Janeiro.

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