Exposição marca 100 anos da estreia de Anita Malfatti e do modernismo no Brasil

Publicado em 08/02/2017, às 09h35

Redação

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) recebe obras de Anita Malfatti que despertaram reações apaixonadas da crítica quando foram exibidas pela primeira vez. “A única diferença reside em que nos manicômios essa arte é sincera, produto ilógico de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; fora deles, nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa e absorvidas por americanos malucos, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica”, escreveu Monteiro Lobato, em 1917, sobre os trabalhos da artista, que havia voltado há pouco da Europa.

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A mostra individual, que reuniu 53 obras, entre pinturas, gravuras e desenhos, foi percursora da Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, e que abriu as portas para as vanguardas artísticas no Brasil. Alguns desses trabalhos, elaborados durante os seis anos em que a artista esteve no exterior (Alemanha e Estados Unidos), e no ano de regresso ao Brasil, compõem a exposição Anita Malfatti: 100 anos de arte moderna.

O conjunto, com 70 peças, pode ser visto até o dia 30 de abril no museu que fica no Parque Ibirapuera, zona sul da capital paulista. Além dessa fase inicial da pintora, a mostra faz um recorte amplo da produção de Malfatti, dividida em três fases. A primeira, marcada pelo escândalo com a quebra de paradigmas, que levou, inclusive, à devolução de cinco trabalhos que haviam sido vendidos, após a publicação do artigo de Lobato no jornal O Estado de S. Paulo. Fazem parte desse momento pinturas famosas, como o Homem de Sete Cores (1915/16) e os óleo sobre tela O japonês e O farol.

Na segunda parte podem ser vistos trabalhos desenvolvidos durante os estudos da artista em Paris, como as pinturas a óleo Porto de Mônaco (1925) e Paisagem de Pirineus, além das aquarelas Veneza, Canal e Vista do Fort Antoine em Mônaco.

A última parte da mostra traz a produção realizada a partir da década de 30, quando a artista fez diversos retratos de amigos e familiares. Há ainda paisagens interioranas, como em Trenzinho (1940), o Samba (1945) e Na Porta de Venda.

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