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Estudante é morta e mulher baleada após PM de folga reagir a assalto no Centro de SP

| 12/04/22 - 10h04
Estudante é morta e mulher baleada após PM de folga reagir a assalto | Foto: Reprodução TV Globo

Uma estudante de 21 anos morreu e uma mulher de 22 anos foi baleada após um policial militar de folga e sem uniforme reagir a uma tentativa de assalto na noite de segunda-feira (11) no Centro de São Paulo.

Um suspeito do roubo ao agente da Polícia Militar (PM) também foi baleado, nas nádegas, e acabou preso pelo crime. Ele tem 19 anos.

De acordo com a investigação, o PM atirou no suspeito, na jovem que morreu e na outra vítima ferida.

O policial militar, que tem 24 anos, foi indiciado pela Polícia Civil e preso por homicídio culposo, aquele no qual não há a intenção de matar, pela morte de Ingrid Reis Santos. Foi arbitrada uma fiança de R$ 10 mil para o agente responder ao crime em liberdade, mas até a última atualização desta reportagem não havia confirmação se ele pagou o valor e se foi solto.

Segundo informações da PM e da Polícia Civil, as duas jovens passavam pela Rua Vitória, próximo à Avenida Rio Brando, quando foram baleadas.

Ingrid Reis Santos foi atingida no peito. Ela chegou a ser socorrida por uma ambulância até o Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia, onde não resistiu ao ferimento e morreu. A outra mulher baleada foi para o mesmo hospital com um ferimento na barriga. Ela teria tido alta durante a madrugada para dar seu depoimento sobre o que viu na delegacia que investiga o caso.

Procurada pela reportagem, a Santa Casa informou que não divulga dados de pacientes sem a autorização da família.

O pai da jovem morta é dono de um bar perto do local. A família reside na região central. Ela tinha ido pegar uma chave no estabelecimento e estava a caminho do curso que frequenta à noite quando foi atingida pelos tiros.

O policial militar contou que estava em sua moto e atirou três vezes na direção do criminoso armado que o abordou no semáforo. Em seguida, ele disse que ele e o criminoso ainda entraram em luta corporal e o bandido fugiu, mas que conseguiu pegar a arma que ele usava e descobriu que ela era falsa.

O caso foi registrado incialmente no 2º Distrito Policial (DP), Bom Retiro. O suspeito pelo roubo foi indiciado pelo crime. Ainda segundo o boletim de ocorrência, o policial militar agiu em legítima defesa ao atirar.

Mas pelo fato de a morte de Ingrid ter ocorrido após a ação de um policial, o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) passou a investigar as causas e eventuais responsabilidades pela morte dela. Levado a essa delegacia, o policial militar se recusou a responder as perguntas do interrogatório. O agente acabou preso em flagrante por homicídio culposo.

Procurada para comentar o assunto, a Polícia Militar informou por meio de nota, divulgada nesta terça-feira (12) por sua assessoria de imprensa, que ainda apurava o que havia ocorrido.

"A Polícia Militar esclarece que o fato está ainda sob registro no DHPP onde um policial teria sido vitima de roubo, baleado um dos criminosos que foi preso, uma mulher ferida e outra morreu no local. Um outro criminoso teria fugido. Após o término do registro poderemos passar dados concretos sobre o fato", informa o comunicado da corporação.