Educação: quando os interesses políticos prevalecem sobre o conhecimento técnico

Publicado em 13/10/2023, às 09h52 - Atualizado às 10h06

Redação

 

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Um dentre cinco jovens brasileiros, dos 18 a 24 anos, não frequenta nem concluiu o Ensino Médio; 43,4%, não frequentam o Ensino Superior, apesar de terem terminado o Ensino Médio; 20,2% cursam nível superior; 1,2% está no Ensino Fundamental.

Os dados constam do Censo da Educação Superior de 2022, realizado pelo Ministério da Educação em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Uma triste realidade do Brasil, que se repete em todos os Estados – com raríssimas exceções – e demonstra, na prática, o efeito nocivo da entrega à classe política do controle dos órgãos públicos de Educação em todos os níveis – União, Estados e municípios.

Para ilustrar esse raciocínio segue um exemplo acontecido aqui mesmo, em Maceió, há cerca de 30 anos.

Surgia sempre nos jornais a informação de que um suplente de vereador iria assumir o mandato, porque o prefeito convocaria um vereador para a Secretaria Municipal de Educação.

Certo dia o suplente precisou ir à prefeitura pegar um documento e encontrou o chefe de gabinete do prefeito, que foi logo lhe dizendo:

– Olhe, o prefeito me disse que está tudo certo para você assumir o mandato na Câmara. Se o vereador não quiser ser secretário, você é quem vai para a Semed.

Ao que o suplente retrucou:

– Meu amigo, eu nunca dei uma aula na minha vida, não conheço absolutamente nada de Educação. Não aceito ser secretário de jeito nenhum.

O chefe de gabinete insistiu, tentando convencê-lo:

– Mas ser Secretário da Educação é bom politicamente. Se você aceitar vai ter uma eleição tranqüila da próxima vez que disputar.

O suplente de vereador reagiu, indignado:

– É por essas coisas que a Educação no Brasil está cada vez pior. Entregam as secretarias por negociação política e criam gerações de analfabetos. Tô fora…

É o que, infelizmente, tem acontecido no nosso país, não apenas na Educação, mas em quase todos os setores: os interesses políticos se sobrepõem ao conhecimento técnico.

Os resultados estão aí…

 

 

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