FolhaPress
A BB DTVM, subsidiária do Banco do Brasil, abriu nesta segunda (12) um edital para seleção de filmes que receberão investimentos da empresa via Lei do Audiovisual.
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No formulário de inscrição, há um campo "informações adicionais" que pergunta "se serão exibidas cenas de nudez ou de sexo explícito", se "a obra faz referência a crimes, drogas, prostituição" e se "tem cunho religioso ou político". Em 2018 e 2017 não houve essas perguntas.
Todos os editais afirmam que não será selecionada obra que "incentive o uso de bebidas alcoólicas, cigarro ou outras drogas", "possua caráter religioso ou promovido por entidade religiosa" e que "tenha cunho político-eleitoral-partidário", mas é a primeira vez em que é preciso responder sobre o conteúdo desta maneira.
Após a publicação, o Sindicato de Bancários de São Paulo, Osasco e Região se manifestou contra o documento. "O BB deveria zelar pela pluralidade de ideias e de temas. Vetar que empresas públicas financiem obras cinematográficas devido ao seu conteúdo é uma clara tentativa de censura", disse João Fukunaga, secretário de assuntos jurídicos do órgão.
Em abril, o presidente Jair Bolsonaro mandou tirar do ar uma propaganda do Banco do Brasil. No comercial, os atores são quase todos jovens, há mulheres e homens negros, e uma das personagens é transexual. Muitos aparecem com tatuagens e cabelos coloridos.
Na semana passada, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou que a Ancine (Agência Nacional do Cinema) precisa estar "adaptada aos preceitos que a maioria da sociedade vivencia".
Em julho, Bolsonaro disse que a Ancine poderia ser privatizada ou extinta caso não fosse possível usar filtros nas produções nacionais. Ele criticou o patrocínio pelo filme Bruna Surfistinha, protagonizado pela atriz Deborah Secco.
Em 2 de agosto, porém, ele disse à imprensa que pode recuar da ideia da extinção. "Se recuar, recuo. Quantas vezes vocês falam que eu recuei? Tem a questão do audiovisual que emprega muita gente, tem de ver por esse lado", afirmou.
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