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A Confederação Brasileira de Futebol tem, atualmente, 17 árbitros centrais com escudos Fifa. Eles estão entre os melhores profissionais do mundo e homologados para atuar em campeonatos internacionais. Mas, desse grupo de árbitros, cinco nunca comandaram um jogo da Série A do Campeonato Brasileiro Masculino. Detalhe: o quinteto é exclusivamente de mulheres.
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Além de Edina Alves Batista (presença constante na elite nacional), a mais conhecida no futebol brasileiro e que estará na Copa do Mundo Feminina, outras cinco profissionais possuem o escudo Fifa. Entretanto, o quinteto nunca figurou em escalas nas competições masculinas de ponta.
Daiane Muniz, que recebeu o escudo FIFA em 2018, nunca atuou em um jogo como central na série A até 2021, quando se tornou árbitra de vídeo (VAR). Desde então, a profissional só atuou nas cabines do VAR, sendo a primeira mulher a comandar a tecnologia em jogos da Conmebol. O último jogo em campo, pela CBF, foi entre Jaraguá e Aparecidense, na Série D, em agosto de 2021.
Deborah Cecília Cruz Correia, de Pernambuco, e Rejane Caetano da Silva, do Rio de Janeiro, pertencem ao quadro internacional há mais tempo. Elas conquistaram o escudo em 2017.
Deborah Cecília chegou a comandar partidas da Série B. O único jogo deste ano foi em 7 de junho, na vitória do Sampaio Correia sobre o Londrina, por 2 a 0. Ela registrou, ano passado, uma tentativa de agressão do meia Jean Carlos, do Náutico, na final do Campeonato Pernambucano. A profissional foi a primeira mulher a comandar a final do Estadual.
A árbitra mais nova no quadro é a mineira Andreza Helena Siqueira, com escudo Fifa desde o ano passado. Ela está na equipe da CBF desde 2021 e só comandou duas partidas do Campeonato Brasileiro, ambas da Série D.
Charly Wendy Straub Deretti, de Santa Catarina, e Thayslane de Melo Costa, de Sergipe, também seguem sem atuar na Série A do Campeonato Brasileiro. Charly fez 20 partidas em jogos da CBF neste ano. Apenas cinco como árbitra central - uma na Série C, outra na Série D, três no Brasileirão Feminino.
A reportagem do ge procurou a CBF, mas ainda não obteve retorno. O presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), Salmo Valentim, afirma que a escolha dos árbitros para receber o escudo Fifa é confusa e, para as mulheres, mais difícil de entender.
- Essa é uma pergunta que a CBF e a CNA (Conselho Nacional de Arbitragem) deveriam responder de forma objetiva e transparente, em respeito à opinião pública e aos árbitros do quadro nacional. Mas sempre se furtaram dos esclarecimentos, porque não querem reconhecer que não existem critérios pré-definidos e que as escolhas são baseadas apenas nas predileções pessoais.
"No caso das insígnias femininas, é ainda mais confuso para entender como se dão as escolhas: parece que jogam os escudos para cima. Quem pegar, pegou."
Relação de árbitros Fifa*
*Informações retiradas do site da CBF.
Repetição de árbitros na Série A - A baixa rotatividade de árbitros na Série A do Campeonato Brasileiro virou alvo de críticas e preocupações por parte da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf). Um levantamento feito pelo ge, em parceria com a entidade, mostrou que apenas 26 árbitros centrais foram utilizados nas primeiras 13 rodadas do Brasileirão.
É uma média de cinco jogos por árbitro - sem considerar a Série B e campeonatos internacionais. No mês passado, o presidente da Anaf chegou a citar que existem privilegiados no quadro de arbitragem da CBF e que isso é preocupante.
- Não podemos ficar em silêncio quando menos de 5% dos árbitros do quadro nacional são privilegiados pela CBF com mais de 80% das escalas da Série A.
Árbitros que mais atuaram na Série A - 12 rodadas
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