Deisy Nascimento
Se na semana passada eu falei sobre o porquinho-da-índia no blog Meu Bichinho, nesta semana eu trago outro animal super interessante, a jibóia arco-íris (Epicratres cenchria) da Amazônia. Esta espécie de cobra que é linda diga-se de passagem vive aproximadamente 15 anos e pode chegar a mais de dois metros.
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Eu fui na casa do seu tutor, o Davi Kaled Loureiro, para socializar com a cobra de nome Oxumaré, um macho jovem, e me encantei. Quando o raio solar bate no seu couro, a luz refletida tem as cores do arco-íris e forma um padrão lindo em suas escamas. Fiquei sabendo que esse processo é chamado de iridescência, e daí vem o seu nome.
Segundo o professor de educação física, Davi Kaled Loureiro, que cria com sua esposa, a Alice Cabús, essa bela cobra, o encanto pelas serpentes começou quando ele tinha uns 4 anos de idade e uma tia muito inventiva, para entretê-lo enquanto cuidava dele, contava histórias quase mitológicas que sempre envolviam a serpente como se conhece no imaginário popular. “Acho que a intenção dela era me assustar, mas eu acabei me fascinando pelo bicho. Como meu pai era fazendeiro, desde cedo eu estava no meio do mato e, algumas vezes, me deparei com as escamosas enquanto brincava na natureza. De pronto, o vaqueiro da fazenda me contava sobre as lendas que conhecia sobre aquele animalzinho tão temido pelo povo do interior, e quase sempre a reação do ser humano ignorante era matá-lo. Enquanto me desenvolvia ia estudando, pesquisando e entendendo melhor sobre as serpentes, o que aumentava minha atração por elas. Foi quando na faculdade eu tive a oportunidade de interagir com um exemplar de jibóia (BCC) pela primeira vez e, foi amor ao primeiro “aperto” haha. Nesse encontro foi que soube da existência dos criatórios especializados e da possibilidade de adquirir um bicho selvagem legalizado. Fui levando esse sonho adiante, sempre olhando desejoso os perfis dos criadores até que chegou o momento de realizar meu sonho!”.
Loureiro escolheu Oxumaré pela beleza encantadora que a jibóia arco-íris da Amazônia tem e, também pela carga de significados espirituais positivos que esse arquétipo traz consigo. “Hoje ele tem 2 anos e é o xodózinho da nossa casa… Manso, de temperamento tranquilo e super adaptável a qualquer pessoa, é nossa companhia favorita de meditações, leituras e recepção dos amigos que, inclusive, às vezes vem aqui em casa só para vê-lo. As jibóias são bichinhos muito práticos e, talvez, os mais fáceis de criar. Não fazem barulho, não demandam muita atenção ou espaço físico e exigem um baixo grau de manutenção, o que o torna um pet ideal para quem trabalha ou viaja muito. Eu recomendo demais, e compre legalizado!”.
Eu conversei com o médico veterinário Fabiano Rocha, espdcializado em medicina de Animais Silvestres e Exóticos, e ele contou que as serpentes são animais fascinantes e cada vez mais populares como pets. No entanto, a criação responsável desses animais requer cuidados específicos para garantir seu bem-estar e saúde. “O ambiente das serpentes em cativeiro deve replicar ao máximo possível o seu habitat natural. Isso inclui a escolha de substratos adequados, bem como o tamanho de terrário compatível com o animal e esconderijos, pois são animais que gostam de se sentir seguros e esporadicamente explorar seu ambiente. Manter a temperatura e umidade corretas é crucial. A maioria das espécies requer temperaturas entre 25°C e 32°C durante o dia, com uma queda leve à noite. É essencial fornecer gradientes térmicos para permitir que as serpentes escolham a temperatura que desejam. Além disso, a umidade deve ser monitorada e ajustada conforme as necessidades específicas da espécie”, explicou.
Rocha complementa que uma dieta adequada também é essencial para a saúde desses animais, a maioria das serpentes alimenta-se de roedores e/ou aves, dependendo da espécie. “É importante oferecer alimentos de alta qualidade e adequados ao tamanho do indivíduo. É fundamental para quem deseja ter esses animais como pet, buscar adquirir seus animais de forma legal, através criatórios comerciais legalizados, e realizar acompanhamento com um médico veterinário especializado para orientações e avaliações periódicas, promovendo assim o bem-estar e a saúde do seu animal”, finalizou.
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