Culinária alagoana, um convite irrecusável a turistas e locais

Publicado em 03/01/2016, às 10h36

Redação

Se o homem se alimenta de carnes, vegetais e imaginário, como expressou o sociólogo Claude Fischler (1995), a gastronomia é um vetor revelador da cultura de um lugar. Em Alagoas, Estado com uma geografia marcada pela presença das águas de rios, lagoas e mares, os 500 mil turistas que devem chegar durante a alta temporada, período compreendido entre dezembro e fevereiro, têm à disposição uma culinária rica em frutos do mar e crustáceos frescos.

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Os modos de fazer e comer, regidos pelas circunstâncias históricas do lugar e pelos ingredientes que muito dizem sobre as condições climáticas, se caracterizam como um convite à interação dos que chegam com a cultura local.

Na tese patrimônio cultural gastronômico: identificação, sistematização e disseminação dos saberes e fazeres tradicionais, a pesquisadora Silvana Graudenz confirma a relevância do contato de turistas com a culinária. “A gastronomia possibilita que os turistas não apenas observem a cultura, mas também interajam e se sintam parte da comunidade, se colocando no lugar do anfitrião. Uma das formas de transmissão desta cultura gastronômica ocorre por meio dos restaurantes de comidas típicas”.

Os 260 km de costa litorânea de Alagoas fornecem, além dos frutos do mar, outro ingrediente essencial da culinária de Alagoas, o coco. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelam que o Brasil possui 280 mil hectares cultivados com coqueiros, 70% dessa produção está localizada na faixa litorânea do Nordeste.

Proveniente da África, o coqueiro trazido pelos colonizadores portugueses se adaptou ao solo arenoso das praias e se tornou um dos símbolos da imagem e da gastronomia nordestina. Os pratos típicos, como a peixada e a camarãozada, são feitos à base do líquido extraído a partir da prensagem da polpa do coco, que, em panelas de barro, azeitados junto aos temperos, se tornam uma verdadeira alquimia para o deleite do paladar.

Massagueira

Apenas 15 km da capital Maceió, o povoado de Massagueira dispõe de dezenas de restaurantes, que compõem um polo gastronômico à margem da Lagoa Manguaba. O local, que em 2014 inspirou o álbum Massagueira da banda Fino Coletivo, guarda ares bucólicos de cidade do interior, onde é possível saborear os tradicionais camarões e peixes ao coco, além de caranguejos, siris, sururus e massunins. Na saída do povoado, a dica é parar para comprar quitutes tradicionais do local, como suspiros, broas e cocadas.

Bar do Pelado

Outra opção para quem quer conhecer a típica culinária alagoana é o tradicional Bar do Pelado, localizado no Prado, um bairro simples de Maceió, o restaurante oferece refeições e petiscos a base de coco e frutos do bar. No local também é possível saborear a tradicional carne do sol com farinha d’água e manteiga de garrafa. Não deixe de provar os caldinhos de sururu de capote e de pata de caranguejo.

Tapiocas

O movimento das barraquinhas encontradas em quase toda extensão da orla de Maceió não nega: a tapioca alagoana é uma iguaria que agrada muitos paladares. Isso porque, além do coco fresco ralado, as tapioqueiras diversificaram a oferta de recheios, com opções de picanha, carne do sol, camarão, queijos e até doces.

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