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O técnico Cristian Souza foi apresentado oficialmente pelo CSA, na tarde desta segunda-feira, 18, no CT Gustavo Paiva, na parte alta de Maceió. O novo treinador falou sobre o ambiente que encontrou no clube e reforçou que o principal objetivo é recolocar o Azulão na Série B do Campeonato Brasileiro.
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"O grupo tem qualidade, tem vários jogadores de histórico de sucesso no futebol brasileiro, com acessos. Sabemos que estamos chegando no momento em que as coisas não funcionaram. Represento um recomeço, um início, o jogador de futebol se motiva com isso. Muitas vezes a mudança de ideia, de modelo de jogo, até mesmo de metodologia a nível de treinamento recoloca jogadores dentro de um caminho ao longo da temporada. Estou apostando nisso. Vou ser muito franco e direto como sempre sou e oportunizando a todos. O desempenho e o dia a dia do jogador vão nos mostrar se ele merece estar em um clube dessa grandeza e que vai entrar na Série C para buscar o acesso".
Cristian Souza e o auxiliar técnico Rafael Prerniska foram apresentados ao lado do coordenador de futebol, Marquinhos Mossoró, e do supervisor de logísitca, Marcelo de Jesus. O treinador contou que negociou com Mossoró por cerca de cinco dias e que já havia trabalhado com Rodrigo Pastana, executivo que está prestando consultoria ao CSA por dois meses.
Da esquerda para a direita: Marcelo, Rafael, Cristian e Mossoró (Foto: Augusto Oliveira / CSA) |
"Se as coisas estivessem andando bem, eu não estaria aqui. Sabemos que a equipe não atingiu os objetivos traçados no início do ano, estamos no mês três e eu sou o terceiro treinador. Sei que estou assumindo em um momento de fragilidade e de não conquista de resultados. Vamos ter muito trabalho, especificidade naquilo que vamos fazer para, dentro do contexto que estou encontrando com esses jogadores, gerar resultado já a partir de domingo".
O técnico comentou que já está estudando o Murici, próximo adversário do CSA na Copa Alagoas.
"Estamos conhecendo a equipe deles, olhamos o jogo de ontem (sábado), do próprio CSA contra eles, temos uma ideia das suas individualidades, da forma de jogar. Estamos esperando a definição de quarta se o jogo será lá ou cá (Rei Pelé) e isso também vai interferir na nossa estratégia de jogo. O mais importante é ocuparmos a semana de trabalho, bem específica, bem nítida para os nossos jogadores, para nesse curto espaço de tempo termos um time competitivo domingo".
O novo treinador estava sem clube após ter deixado o comando do Botafogo-PB no dia 28 de fevereiro. Pelo Belo, foram apenas 11 jogos oficiais, com seis vitórias, quatro empates e uma derrota. A saída do técnico pegou os torcedores de surpresa na ocasião, pois a equipe paraibana tinha bons números, com 16 gols marcados e sete sofridos. O Botafogo liderava o Estadual e estava na zona de classificação na Copa do Nordeste naquele momento. Questionado sobre essa saída, Cristian preferiu não entrar em detalhes e disse que foi um desfecho estranho.
Foto: Augusto Oliveira / CSA |
"Eu não gostaria nem de tocar muito nesse assunto, é passado. Vim para cá e defendo agora essas cores. O Botafogo passou e agora temos que trabalhar no que estamos focados, que são as coisas do CSA".
Veja outros trechos da entrevista:
Estilo de jogo - "A gente joga da forma que é possível jogar. Não me apego a modelo de jogo, a sistema tático, me apego ao momento do clube, às individualidades, à cultura do lugar, e ser muito pragmático em cima do resultado. O futebol brasileiro lhe pede isso, sempre o próximo jogo vai ser o mais importante. E é dessa forma que venho trabalhando há mais de 20 anos, chegando nos lugares e me adaptando rapidamente ao contexto. Tentando ser o mais eficiente e prático para poder gerar o resultado".
Negociação - "Fiquei muito satisfeito e feliz com o convite. Conversamos por quatro ou cinco dias, o Marquinhos sendo o interlocutor. Conhecendo a grandeza e exigência do clube, me sinto muito satisfeito e desafiado de vir aqui e prestar meu serviço ao CSA".
Evitar ruídos de bastidores políticos do clube para dentro de campo - "Foi a nossa conversa na chegada, temos que nos fechar e focar no trabalho, no treino, nas características dos nossos jogadores. Encontro um grupo que está magoado, sentido, tivemos reunião com alguns jogadores e sentimos neles a indignação. Um grupo que está chateado por não alcançar os objetivos propostos".
Campeonato Brasileiro - "A Série C é extremamente difícil, competitiva, temos que ser organizados, é uma competição longa, nos proporciona uma semana de treinamento em cada espaço entre os jogos. Isso é importante também, temos que saber aproveitar. Exige muito da logística das equipes, da infraestrutura dos clubes".
Centro de Treinamento - "E o que eu encontrei aqui de infraestrutura não deve nada para qualquer centro de treinamento no Brasil. É um espetáculo as condições estruturais que vejo do CSA. É um ponto positivo".
Reformulação do elenco - "Venho conversando com o Mossoró e o Pastana, estamos em contato diário para sermos o mais forte possível. Precisar quantidade e nomes (de reforços), é um assunto interno. Guardamos para nossas reuniões. Temos um especialista em acesso de Série C, o Rodrigo é um cara que conhece muito bem a competição. É o quarto clube que vou poder ter a condição de trabalhar com ele".
Adaptação ao trabalho e utilização da Copa Alagoas - "Sempre me adapto. Se tivesse que me caracterizar como profissional, sou um cara que tenho capacidade de adaptação legal. Se o calendário é esse, o tempo é esse, vamos ter que usar isso da melhor forma possível. Usar esses jogos, chegar em uma final, decidir uma vaga para a Copa do Brasil vai nos proporcionar também treinar o elenco, rodar o elenco.
"Vamos fazer desse limão uma limonada, aproveitar da melhor forma possível para que, nesse tempo que temos, chegar na Série C, principal competição do ano, na melhor forma possível, equilibrado e competitivo, e desde o início gerar resultado".
Elogios ao clube - "Quem é do futebol brasileiro conhece o CSA, conhece a sua história, a cobrança e a exigência dos seus torcedores e de vocês da imprensa. Mesmo nós que somos do Sul temos o CSA como uma das referências do futebol nordestino. Sei das responsabilidades. Recebi diversas manifestações de apoio do torcedor, pessoal da imprensa ao longo desses dias. Isso só nos deixa com mais obrigação de retribuir com um bom trabalho. Ao final da nossa passagem aqui, que dure um bom tempo, a gente possa atingir o objetivo que é recolocar o CSA na Série B do Brasileiro".
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