Crianças também podem ter pressão alta; medição deve começar aos 3 anos

Publicado em 29/06/2023, às 11h23
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g1

A pressão arterial deve começar a ser medida a partir dos 3 anos de idade, de forma anual. Isso porque crianças e adolescentes também podem ter hipertensão, uma doença silenciosa, sem cura, e que causou quase 300 mil mortes nos últimos 10 anos no Brasil.

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A incidência de hipertensão entre os pequenos aumentou nos últimos anos. Estima-se que:

Os dados constam das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, elaboradas por sociedades médicas em 2020 e que são referência no tema.

Orientação para crianças e adolescentes

Em adultos, o diagnóstico de hipertensão começa a partir de dois números: 14 por 9. Já para os mais jovens, é diferente. Confira a classificação da pressão arterial em crianças e adolescentes:

O diagnóstico deve ser feito pelo médico após ao menos três medições distintas. Ele também depende da idade da criança ou do adolescente e de outras avaliações físicas.

"Uma vez detectada a elevação da pressão em uma pessoa jovem, o médico investigará se tem alguma doença que justifique essa elevação ou se é só da genética. Isso é extremamente relevante", diz Luciano Drager, cardiologista.

Importância da detecção precoce - De acordo com especialistas, a medição da pressão arterial deve entrar na avaliação médica de rotina das crianças e dos adolescentes para a possibilidade de detectar a hipertensão o quanto antes.

"Há vários estudos que mostram que, no caso da hipertensão que começa cedo e não é tratada, paga-se o preço da forma mais precoce ainda. É quando a pessoa tem um AVC aos 40 anos, um infarto aos 40 anos", diz Luciano Drager, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês.

Fatores de risco associados à pressão alta podem começar a se desenvolver desde a infância. Por isso, a adolescência é considerada um período crucial para prevenir futuros casos de hipertensão e mortes associadas à doença.

"É uma oportunidade única para identificar precocemente a doença e mudar hábitos", diz a cardiologista Andréa Araujo Brandão, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Sedentarismo e alimentação ruim - Casos de pressão alta em crianças e adolescentes estão intimamente ligados ao aumento no sedentarismo - provocado pelo uso excessivo de telas em vez de atividades físicas - e uma piora na alimentação, que levam ao sobrepeso e à obesidade.

"As crianças estão com hábitos de vida muito ruins, de alimentações irregulares ou nutricionalmente inadequadas. Elas estão com ganho de peso e um nível alto de estresse e de ansiedade, além de padrões de sono fora do desejado. Tudo isso pode contribuir para elevação da pressão arterial", explica Drager.

No Brasil, um estudo iniciado em 2008 buscou mapear a prevalência de fatores de risco cardiovasculares em adolescentes que frequentavam escolas públicas e privadas.

Genética - Há também o histórico familiar. A genética está presente em 30% a 50% dos casos.

Isso significa que todo mundo com um caso de hipertensão na família tem uma chance maior de desenvolver a doença, seja quando criança ou adolescente, seja na idade adulta.

"A parte genética é importante, mas entre crianças e adolescentes pensam muito fatores externos, como aumento do peso e consumo de sal", ressalta Luiz Bortolotto, cardiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

O que é hipertensão arterial?

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