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Com vigilantes em greve, pacientes fogem de hospital psiquiátrico no DF

| 24/11/23 - 13h11
Paciente psiquiátrico tenta fugir do Hospital São Vicente de Paulo, no Distrito Federal | Foto: Reprodução

Cinco pacientes do Hospital São Vicente de Paulo fugiram da unidade na tarde desta quinta-feira (23). Os vigilantes estão em greve desde segunda-feira (20) devido ao atraso nos pagamentos de salários e benefícios.

Cinco pessoas internadas fugiram de um hospital psiquiátrico no DF. Duas já retornaram ao hospital, uma voltou para casa, outra vive em situação de rua e o último ainda é procurado, segundo a Secretaria de Saúde.

Imagens mostram que um homem tentou escapar subindo em uma grade próxima ao prédio. Também é possível ver uma paciente fora do hospital sendo conduzida por funcionárias.

O hospital está sem vigilantes desde o começo da semana, quando os funcionários terceirizados decidiram paralisar o serviço. Os empregados da empresa Visan alegam que a companhia atrasou o pagamento do último vale-alimentação, e só voltam aos postos quando receberem o benefício.

Ao presenciarem uma paciente tentando agredir as trabalhadoras, vigilantes que estavam em greve levantaram-se para ajudar a conter a mulher. As informações são de Gilmar Rodrigues, diretor de comunicação do Sindicato dos Vigilantes do DF.

Em casos de fuga, a equipe do hospital imediatamente informa os familiares e registra boletim de ocorrência, de acordo com a Secretaria de Saúde.

REINVINDICAÇÕES - O Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal afirma que a empresa tem atrasado os pagamentos há meses. Haveria funcionários com férias vencidas e outros que não receberam o 13º salário de 2022. Além disso, o FGTS estaria atrasado há um ano, assim como o retroativo do reajuste salarial.

"A questão das horas extras é a mais grave. Os funcionários cobriram férias por um ano em 2022, alguns têm 20, 30 mil reais para receber", conta Gilmar. O representante da categoria acrescenta que também há greves de vigilantes em outros hospitais do DF pelo mesmo motivo.

A Secretaria de Saúde declarou que todos os pagamentos às empresas estão em dia, e as companhias "já foram notificadas quanto à obrigação de regularizar os compromissos com seus funcionários".

A empresa alega que não tem dinheiro para fazer os pagamentos, segundo o sindicato. O UOL tenta contato com a empresa Visan, o espaço segue aberto para manifestação.

CONTRATOS VENCIDOS - Os contratos de segurança da Secretaria de Saúde com quatro empresas estariam vencidos há um mês. As licitações foram planejadas para durar cinco anos, sofreram uma prorrogação excepcional de um ano e venceram novamente em outubro de 2023.

Os contratos indicam que os serviços devem continuar sendo prestados pela empresa até a finalização do processo de nova contratação. As empresas estão recebendo os pagamentos por reconhecimento de dívida, de acordo com a categoria.