Folhapress
Tradicionalmente realizada no circuito da Catalunha, em Montmeló, na Espanha, a pré-temporada da F1 começa diferente. Reflexo da pandemia do novo coronavírus, que remodelou o calendário do último ano e já mexeu no primeiro GP de 2021, os testes, com início nesta sexta (12), mudaram para o Bahrein, país que também sediará a abertura do campeonato daqui a duas semanas, no dia 28.
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A atual edição da principal categoria do automobilismo mundial terá ao todo 23 corridas, incluindo o retorno da prova à Holanda e a estreia da Arábia Saudita.
Com o adiamento do GP da Austrália da primeira para a 21ª prova do Mundial, em 21 de novembro, em razão de restrições do governo local para conter a disseminação da Covid-19, a transferência dos testes para o Bahrein foi opção da organização da F1 para facilitar a logística das equipes.
Serão três dias de treinos no circuito de Sakhir.
Enquanto a hegemônica Mercedes optou por manter sua dupla, o heptacampeão inglês Lewis Hamilton e o finlandês Vatteri Bottas, sete escuderias trocaram ao menos um de seus representantes -a Alfa Romeo (Antonio Giovinazzi e Kimi Raikkonen) e a Williams (George Russell e Nicholas Latifi) também mantiveram os pilotos da última temporada.
A dança das cadeiras (ou de monopostos) envolveu até dois campeões mundiais, o alemão Sebastian Vettel e o espanhol Fernando Alonso.
Depois de seis temporadas sem títulos na Ferrari, o piloto que foi tetracampeão pela Red Bull (2010, 2011, 2012 e 2013) acertou com a recém criada Aston Martin, novo nome da antiga equipe Racing Point.
Como o regulamento deste ano obriga as equipes a usarem o mesmo carro de 2020, Vettel se beneficiará de uma parceria entre Aston e Mercedes, que compartilham tecnologias. O modelo que será guiado pelo alemão foi apelidado de Mercedes Rosa, antiga cor da equipe do alemão (agora verde), por ser bastante semelhante ao W10 da Mercedes de 2019.
Depois de terminar o último Mundial em 13º e com apenas um pódio na temporada, o tetracampeão sonha com dias melhores na nova casa. "Acredito que, com tudo isso [novo carro], vamos progredir juntos."
O posto deixado pelo alemão na escuderia italiana será ocupado agora pelo espanhol Carlos Sainz, 26, o novo companheiro do monegasco Charles Leclerc, 23.
A equipe Renault também estará de cara nova. Rebatizada de Alpine, terá como pilotos o francês Esteban Ocon ao lado de Fernando Alonso.
O bicampeão (2005 e 2006) volta à categoria três anos depois de ter deixado a F1, após quatro temporadas correndo pela McLaren. Há um mês, o retorno dele quase se tornou incerto. Alonso sofreu um acidente de bicicleta em Lugano, na Suíça, precisou fazer uma cirurgia na mandíbula, mas está recuperado.
A equipe está empolgada com a presença do espanhol. "Ele não retornou apenas para guiar, ele voltou para tentar atingir bons resultados e sair satisfeito. Sim, ele é muito exigente, mas é disso que eu gosto", afirmou Davide Brivio, diretor de corridas da Alpine.
Além dos veteranos, um dos sobrenomes mais famosos do automobilismo mundial voltará às pistas neste ano. Mick Schumacher, filho do heptacampeão Michael, será o piloto da Haas, equipe que tem o brasileiro Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão Emerson, como competidor reserva.
Campeão da F2 em 2020, Mick não teme pressão por carregar o sobrenome de peso. "Tenho muito orgulho disso e me motiva todos os dias", disse.
Os pilotos novatos e os experientes do grid da F1 2021 serão os primeiros a disputar o campeonato sob a regra do limite de gastos implementada pela categoria a partir deste ano.
Segundo o regulamento, o teto de gastos é de 145 milhões de dólares (R$ 841 milhões). Inicialmente, esse valor seria de 175 milhões de dólares (R$ 1 bilhão), mas o montante foi reduzido devido ao impacto que a pandemia causou nos cofres das equipes, sobretudo as menores.
O valor determinado exclui todos os custos com marketing, taxas, salários dos pilotos e vencimentos dos três funcionários mais bem pagos de cada equipe.
A ideia da Liberty Media é tornar o campeonato mais competitivo e assim atrair novos públicos, sobretudo pessoas jovens.
No Brasil, outra ação da categoria para se aproximar ainda mais desse público alvo foi o lançamento da plataforma de streaming completa da F1, com a transmissão ao vivo de todas as provas, classificações e treinos livres, além das câmeras onboard dos 20 carros do grid.
Batizado de F1 TV Pro, o serviço terá dois planos disponíveis no país: o mensal custará R$ 28,90 e o anual, por R$ 279, 90.
Na TV aberta, a Band é a nova dona dos direitos de transmissão da categoria e transmitirá as 23 corridas ao vivo. Os treinos classificatórios serão exibidos no Bandsports, canal fechado do grupo. A exceção será apenas a abertura da temporada, no GP do Bahrein, em 27 e 28 de março, que terá a classificação e a corrida exibidas no canal convencional.
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