Redação
Você já ouviu o termo permafrost? Ele se refere a um tipo de solo composto por terra, rochas e gelo e que permanece constantemente congelado, funcionando como uma espécie de freezer perpétuo natural. Pois essa classe de solo é encontrada na região do Ártico — que inclui a Sibéria, e é por isso que vira e mexe alguém descobre coisas interessantes congeladas por lá, como mamutes, “unicórnios” e inclusive vírus que existiram há milhares de anos.
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De acordo com o pessoal do The Siberian Times, a última descoberta foi a de um filhote de leão mumificado que, segundo apontaram as análises preliminares, viveu na Sibéria entre 20 mil e 50 mil anos atrás. O exemplar se encontra incrivelmente bem-preservado e foi achado acidentalmente em uma caverna por um residente do distrito de Abyisky enquanto o sujeito procurava por presas de mamute.
Os pesquisadores conduzindo os estudos no exemplar acreditam que o animal foi congelado vivo e, se você prestar atenção na imagem abaixo, verá que ele morreu com a cabecinha apoiada sobre uma das patas. Os cientistas não sabem dizer ainda se o animal era macho ou fêmea, mas pensam que o filhote tinha entre mês e meio e dois meses e pertencia à espécie Panthera leo spelaea — uma subespécie conhecida popularmente como leão-das-cavernas que viveu em regiões da Europa, da Rússia e do Alasca entre 370 mil e 10 mil anos atrás.
De acordo com os pesquisadores, o bichinho mumificado está completo e sua pelagem — predominantemente acinzentada com pelos pretos na cabecinha — se encontra totalmente preservada. O corpo no animal não apresenta sinais de ferimentos externos, o que levou os cientistas a suspeitarem que ele tenha morrido durante o colapso de sua toca.
Mas essa não é a primeira vez que filhotes bem-preservados de leão-das-cavernas são encontrados na Sibéria. Segundo o The Siberian Times, dois exemplares — batizados como Uyan e Dina — foram descobertos por lá, e os cientistas acreditam que um deles continha traços do leite da mãe.
No caso dessa dupla de animais, como eles eram muito jovens, é mais difícil determinar a data exata na qual eles morreram — embora pesquisas tenham apontado que os bichinhos podem ter perecido há 55 mil anos! Já o exemplar encontrado agora, o fato de ele ser um pouco mais velho e ter dentinhos permitirá que os cientistas possam conduzir estudos mais precisos para determinar há quanto tempo ele morreu e qual era sua idade exata.
Sempre que a descoberta de animais extintos tão bem-preservados é anunciada surgem perguntas sobre a possibilidade de que eles contenham material genético viável para clonagem. Nesse sentido, especialistas consultados pelo pessoal do site Live Scienceexplicaram que, apesar de o exemplar se encontrar em excelente condição, seria extraordinariamente difícil clonar o bichinho.
Isso porque, para que a tecnologia atual possa ser aplicada, é necessário encontrar uma célula ou tecido viável e, no caso do leãozinho, como ele se encontra completamente mumificado há tanto tempo, esse tipo de material não está mais disponível para coleta. De qualquer forma, nem tudo está perdido, visto que, mesmo assim, os cientistas poderão obter amostra de DNA para pesquisa.
Outra questão interessante apontada pelo pessoal do Live Science é que alguns cientistas suspeitam que o animal poderia ser um exemplar de lince — o que tornaria a descoberta mais rara ainda, uma vez que, se confirmado que se trata de um filhote desses felinos, esse seria o segundo espécime já encontrado no mundo.
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