Braskem continua a se comunicar de forma unilateral para explicar suas ações pelo desastre ambiental

Publicado em 20/02/2024, às 07h50

Redação

Às vésperas dos seis anos do desastre ambiental que causou o afundamento do solo de vários bairros da cidade, em março de 2018, a direção da Braskem resolveu repassar à mídia um texto intitulado “Braskem reafirma seus Compromissos com Maceió”.

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O texto é uma espécie de prestação de contas do que a empresa tem feito desde o maior “desastre ambiental em área urbana no Brasil”, como têm sido divulgados os danos materiais, ambientais e emocionais causados pela mineradora à população dos bairros afetados: Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro, parte do Farol e região dos Flexais, além de afetar parte da Lagoa Mundaú.

Ao longo desses seis anos, a empresa tem evitado participação dos seus dirigentes e técnicos em entrevistas nos meios de comunicação e se limitado, apenas, à utilização de mídia comercial para externar seus argumentos e ações, evitando questionamentos.

No material agora divulgado, a Braskem detalha ações e programas executados desde 2019 visando “reparar, mitigar e compensar os impactos da subsidência do solo e da desocupação dos trechos afetados”.

Marcelo Arantes, vice-presidente de Comunicação e Pessoas da Braskem, detalha o que tem feito a mineradora, alegando que a desocupação da área de risco já foi completada e que 94% das indenizações às famílias e comerciantes foram efetuadas:

“Continuamos trabalhando com uma equipe dedicada de mais de 1.000 profissionais nas diversas frentes, reconhecendo o impacto social causado. Porque não basta apenas realocar moradores. É preciso identificar, reconhecer e agir sobre os efeitos em suas vidas. Apoiá-los na retomada e colaborar com o poder público para melhorar a cidade em que vivem.”

Segundo Arantes, mais de R$ 9,2 bilhões já foram utilizados e há reservados de R$ 14,4 bilhões, mediante desembolsos da própria Braskem ou por transferências ao poder público.

A questão da empresa, a partir de agora, é se defender de diversas ações na justiça por iniciativa de cidadãos que se consideram prejudicados e por parte de órgãos públicos de controle e fiscalização.

Além, evidentemente, da repercussão prevista com o início dos trabalhos da chamada CPI da Braskem no Senado Federal.

Quem sabe, se a situação chegar a um ponto insustentável a mineradora não resolve adotar a interlocução como forma de comunicação?

 

 

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