Bebês com alergia alimentar correm risco quatro vezes maior de ter asma

Publicado em 26/07/2023, às 16h31
Foto: Reprodução/Pixabay -

Correio Braziliense

Ter alergia alimentar quando bebê aumenta o risco de asma mais tarde na infância, segundo um estudo mundial liderado pelo Murdoch Children's Research Institute e publicado no Lancet Child & Adolescent Health. Segundo Rachel Peters, um dos autores da pesquisa, o artigo é o primeiro a examinar a relação entre a reação exagerada do organismo contra ingredientes, como amendoim e soja, e a redução da função pulmonar.

LEIA TAMBÉM

A pesquisa envolveu 5.276 bebês do estudo HealthNuts, que foram submetidos a testes cutâneos para alérgenos alimentares comuns, incluindo ovo, e exames orais para testar esse tipo de alergia. O estudo constatou que, aos 6 anos, 13,7% receberam o diagnóstico de asma. A partir dessa idade, elas passaram a ser acompanhadas com mais rastreamentos, incluindo da função pulmonar.

A equipe observou que bebês com alergia alimentar tinham quase quatro vezes mais risco de desenvolverem asma mais tarde. O impacto foi maior em crianças cuja reação aos ingredientes persistiram ao longo da primeira infância. "Essa associação é preocupante, uma vez que o crescimento pulmonar reduzido na infância está associado a problemas de saúde na idade adulta, incluindo problemas respiratórios e cardíacos", afirmou Peters.

O cientista também lembrou que o desenvolvimento pulmonar está relacionado com a altura e o peso de uma criança, sendo que aquelas com alergia alimentar podem ser mais baixas e leves, quando comparadas às sem alergia. "Isso poderia explicar a ligação. Existem também respostas imunes semelhantes envolvidas no desenvolvimento de alergia alimentar e asma", esclareceu.

Shyamali Dharmage, professor da Murdoch Children e da Universidade de Melbourne, disse que as descobertas podem ajudar os médicos a adaptar o atendimento ao paciente e incentivar uma maior vigilância em relação ao monitoramento da saúde respiratória. As crianças com alergia alimentar devem ser tratadas por um especialista em imunologia clínica ou alergia, destacou.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Chikungunya matou mais até agosto deste ano do que em todo 2023, alerta Fiocruz Sono irregular pode aumentar risco de derrame e ataque cardíaco, diz estudo O que é a hidrolipo e quais os riscos do procedimento feito por mulher que morreu em clínica em SP Hospital da Mulher passa a agendar consultas para inserção do DIU