A última declaração polêmica do presidente da República aconteceu nesta sexta-feira, 10, durante a entrega de 914 apartamentos do Conjunto Residencial Parque da Lagoa, em Maceió (AL) do programa Minha Casa Minha Vida – junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
“Quando entrego uma chave a uma pessoa, aquela menina tem cinco filhos, eu falei: ‘Companheira, quando vai fechar a porteira?’. Não pode mais ter filho, ela já tem cinco. Ela tem 27 anos de idade. Eu falei: ‘É preciso você se cuidar’. Porque na hora que o filho nasce é preciso saber como a gente vai cuidar e nem sempre o estado cuida, a religião cuida, quem tem que cuidar é o pai e a mãe“, disse o presidente petista no evento.
Há uma semana, ao desembarcar, pela primeira vez no Rio Grande do Sul, no dia, 2, o presidente disse a um jornalista – em meio a toda tragédia que o estado vem enfrentando – que está “torcendo pelo Grêmio e pelo Internacional” (principais clubes do futebol gaúcho).
“Sério, isso daqui não dá pra passar pano. Transcende direita x esquerda. Enquanto pessoas estão morrendo, perdendo suas casas e desesperadas no RS, ele chega no local e fala que está torcendo pro Grêmio e internacional. Escroto“, escreveu o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em sua conta do X, antigo Twitter.
Bia Kicis (PL-DF) também criticou o presidente no X:
“Em meio a maior tragédia do Rio Grande do Sul, Lula, de passagem pelo estado, manifesta sua preocupação com o Inter e o Grêmio. O povo gaúcho, certamente, não merece Tamanha desconsideração por parte do presidente. Opa, é o Lula, surpresa nenhuma. Haja desgraça!“
Nesta quinta-feira, 9, ao apresentar um pacote econômico de recuperação ao Rio Grande do Sul, o petista entrou em uma divagação sobre a importância das máquinas de lavar para as mulheres — uma fala, no mínimo, questionável.
“Muita gente acha que uma televisão é uma pequena coisa, que não tem muita importância. Mas para uma pessoa mais humilde, a televisão é um patrimônio. O fogão é um baita de um patrimônio, a geladeira, então, nem se fala”, disse o petista, que continuou: “Uma máquina de lavar roupa é uma coisa muito importante para as mulheres, que estão sobrevivendo a um verdadeiro sofrimento e martírio com essa chuva.”
Em março desse ano, durante evento no Palácio do Planalto, Lula fez outra referência machista ao dizer que “com salário, mulher pode comprar batom e calcinha”.
“Ela não vai ficar dependente ‘ah eu preciso do meu pai me dar 5 reais para comprar batom’, ‘preciso do meu pai me dar 10 reais para comprar uma calcinha’, ‘preciso não sei das quantas para comprar tal coisa’”.
Em apenas dez meses de mandato o presidente já colecionava pelo menos 40 gafes segundo levantamento feito pelo Poder360. Uma pesquisa divulgada em novembro passado demonstrou que cerca de 37,5% das falas de Lula podem ser consideradas ofensivas a pessoas, minorias sociais ou outros grupos.
Em fevereiro, o presidente brasileiro comparou a reação de Israel aos ataques terroristas do Hamas ao holocausto. A fala gerou reação do mundo inteiro, inclusive do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O grupo terrorista Hamas endossou a fala do petista.
“Essa declaração vem no contexto de uma descrição precisa daquilo a que nosso povo está exposto e revela a grandeza do crime sionista cometido com cobertura e apoio aberto do governo norte-americano liderado pelo presidente Biden”, disse o grupo em comunicado divulgado em seu canal no Telegram.