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O argentino Sebastian Porta foi diagnosticado com Parkinson aos 41 anos. Logo começou a perceber que havia algo estranho com suas expressões faciais. “Minha esposa perguntava com frequência se eu estava me sentindo mal ou incomodado com algo”, conta.
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Ele, assim como muitas pessoas que convivem com a doença, sofre com a chamada face em máscara, que causa a diminuição das expressões faciais.
“O Parkinson é mais conhecido pelos tremores, mas essa é uma queixa bem comum, que pode surgir ainda no estágio inicial dos sintomas”, aponta a fisioterapeuta Erika Tardelli, presidente da Associação Brasil Parkinson.
Pode ser um sorriso que não aparece, a dificuldade em expressar raiva ou tristeza… Fato é que a condição atrapalha, e muito, o convívio social e a qualidade de vida.
Para contornar, são prescritos exercícios para a musculatura do rosto — nem sempre fáceis de seguir. Daí a ideia de Porta, que atua na agência de comunicação Dentsu, de criar, junto a colegas, o aplicativo de celular Scrolling Therapy (“terapia de rolagem”, em português).
Com esse recurso, a pessoa controla as redes sociais usando movimentos básicos da face, como sorrir ou fechar a cara. “Queria fazer algo prático, que realmente melhorasse a vida de pessoas como eu”, relata Porta.
O app, desenvolvido em parceria com a Eurofarma, indústria brasileira de medicamentos, já pode ser baixado gratuitamente na App Store e na Play Store.
Ginástica facial
Veja como funciona o aparelho:
A musculatura: Para demonstrar sentimentos, precisamos acionar diversos músculos que recobrem a face. Isso acontece a todo momento.
No Parkinson: Uma das principais consequências da doença é a rigidez muscular, que também atinge o rosto. A pessoa nem percebe que está mais inexpressiva.
A solução: No app, o usuário controla as redes sociais se expressando: põe a língua pra fora, sorri, faz cara de brava ou triste. A meta é 45 minutos diários de treino.
Para bater o martelo na doença
O diagnóstico do Parkinson hoje é essencialmente clínico: o médico observa os sintomas e pede exames de imagem só para diferenciar o quadro de outras doenças neurológicas.
Pois um novo estudo, publicado no Lancet Neurology, indica que pode ser viável dosar uma substância no líquor para cravar a presença do problema. Trata-se de uma proteína conhecida como alfa-sinucleína, que costuma estar alterada nos pacientes.
Antes, ela era investigada no cérebro de pessoas que já tinham falecido.
Agora, cientistas conseguiram avaliá-la no líquido cefalorraquidiano extraído por meio de punção lombar, diferenciando quem apresentava Parkinson das pessoas livres da enfermidade neurodegenerativa.
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