Acusados de matar empresário Gilmário Alencar no Sertão são julgados nesta terça-feira

Publicado em 18/07/2023, às 12h59
Divulgação / TJ-AL -

TNH1 com TJ-AL

Os réus José Henrique Queiroz Barbosa Rocha e Bruno Barbosa Vilar estão sendo julgados nesta terça-feira, 18, na Comarca de Olho D'Água das Flores, Sertão de Alagoas. Eles são acusados de assassinar o empresário Gilmário Alencar dos Santos, em fevereiro de 2021. O júri, conduzido pelo magistrado Antônio Iris da Costa Júnior, começou nesta manhã. Devido à quantidade de testemunhas, e ao tempo de debate entre acusação e defesa permitido para casos com dois réus, o júri popular só deve ser concluído na quarta-feira (19), como explica o juiz Antônio Iris da Costa Júnior.

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"A gente vai escutar cinco testemunhas da acusação, cinco testemunhas da defesa, e posteriormente os dois acusados. Como há mais de um réu, serão duas horas e meia para o Ministério Público e os assistentes de acusação, e mais duas horas e meia para as defesas. Posteriormente, serão mais uma hora e meia de réplica para cada parte", detalhou o magistrado, que preside o júri no Fórum da Comarca.


Bruno Barbosa e José Henrique, réus da ação penal por homicídio (Foto: Caio Loureiro / TJ-AL)

Estão sendo julgados os réus José Henrique Queiroz Barbosa Rocha e Bruno Barbosa Vilar. Outro apontado como participante do crime, José Caetano da Silva Neto morreu em confronto com a Polícia, quando os policiais tentavam cumprir um mandado de prisão.

O advogado Raimundo Palmeira é parte da equipe que faz a assistência da acusação. "Hoje nós queremos trazer Justiça a todo o sertão enlutado", afirmou Palmeira. "O que a gente espera da sociedade nada mais nada menos do que Justiça. A condenação em todos os crimes imputados aos réus", declarou ainda. O promotor João de Sá Bonfim Filho representa o Ministério Público no processo.

O advogado Herófilo Ferro, que representa o réu José Henrique, ressaltou que o direito dos acusados a uma defesa qualificada é imprescindível no regime democrático.

"É necessário para a o resguardo do estado democrático que haja uma uma defesa forte. A gente respeita o sentimento das duas famílias. Tanto perdeu a família do Gil, como perdeu a família do Henrique. Um perdeu a vida e o outro perdeu a liberdade. Ele já vem há mais de dois anos e meio na cadeia, pagando supostamente pelo que fez. E aqui vamos esclarecer para que ele pague na medida da sua culpabilidade", frisou Herófilo. 

Segundo os autos, no dia 24 de fevereiro de 2021, José Henrique Queiroz e Bruno Barbosa, acompanhados de José Caetano da Silva Neto, que morreu em confronto com a polícia, mataram Gilmário Alencar dos Santos, subtraíram pulseira, anel, corrente, óculos, celular e automóvel da vítima, além de destruírem o cadáver.

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Os réus estão sendo julgados por homicídio qualificado por motivo torpe, mediante asfixia e meio cruel, mediante emboscada e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de furto e destruição de cadáver. José Henrique também será julgado pelo crime de posse de arma de fogo.

Crime - O crime teve como motivação uma dívida de aproximadamente R$ 10 mil que José Henrique tinha com a vítima. Após o homicídio, os réus ainda tentaram extorquir dinheiro da família de Gilmário sob o pretexto de resgate, mesmo sabendo que naquela altura, ele já estava sem vida.

A vítima foi asfixiada até perder os sinais vitais no escritório do lava-jato de José Henrique, que em seguida levou o carro de Gilmário até um posto de gasolina no município de Arapiraca. Ao retornar para o lava-jato, José Henrique verificou que seus funcionários Bruno e Caetano já tinham amarrado a vítima, além de terem subtraído os seus bens.

Ato contínuo, os réus levaram Gilmário para um terreno pertencente à família de José Henrique, localizado na zona rural de Olho D'água das Flores e, ao perceberem um movimento da vítima assemelhado a uma tentativa de respiração, os autores voltaram a asfixiar Gilmário.

Por fim, os executores colocaram o corpo em um tanque, jogaram gasolina, atearam fogo e tamparam o local, fazendo com que se tornasse em uma fornalha, resultando na completa carbonização do corpo. Após a descoberta do local, apenas as cinzas de Gilmário foram encontradas.

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