Acusado de mandar matar Abinael Ramos chora e pede perdão à família da vítima

Publicado em 26/10/2021, às 16h42
Caio Loureiro/Ascom TJ-AL | Ericksen, de óculos, pediu perdão à família, mas disse não pertencer ao crime -

Da redação

Um dos acusados de envolvimento na morte de Abinael Ramos chorou e pediu perdão à família pelo fatídico acontecimento de 15 de junho de 2016. Ele é um dos quatro réus ouvidos nesta terça-feira (26), no Fórum da cidade de Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió, onde Abinael foi assassinado. O júri popular teve início às 9h e é conduzido pela juíza Eliana Machado, titular da 3ª Vara Criminal de Rio Largo. O julgamento não tem horário previsto para o encerramento.

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Apontado como o mandante do crime, Ericksen Dowell da Silva Mendonça disse que, antes do crime, havia recebido a quantia de R$ 12 mil do amigo e colega de trabalho, insinuando que Abinael também trabalhava emprestando dinheiro a juros. Ele também acrescentou que a vítima ameaçou matá-lo, caso Ericksen não conseguisse quitar o empréstimo na data acordada.

“Eu não era amigo do Abinael. Era apenas um colega de trabalho. Eu estava precisando de dinheiro para uma reforma, e aceitei porque seria melhor do que pedir um empréstimo em banco. Fiquei atordoado quando ele me ameaçou. Nunca havia acontecido isso comigo. Eu não sabia o que fazer”, disse o réu, que – estudante de engenharia de agrimensura à época do crime – trabalhava numa empresa que prestava serviços de topografia.

Na oportunidade, Ericksen também disse que não pretendia matar o colega. “Adquiri uma arma para me defender. O meu maior erro foi não ter contado a ameaça para ninguém, nem para a minha própria família”, argimentou Ericksen, afirmando também que, quando supostamente pressionado a pagar a dívida, não teve “cabeça” para negociar com Abinael.

Por fim, Ericksen também confirmou ter contratado Deivisson Bulhões da Rosa Santos – que, por sua vez, subcontratou outras duas pessoas para a prática do crime, segundo os autos. Ele afirmou, ainda, que Deivisson não iria matá-lo, mas “dar um susto”, “resolver o problema”. “Nunca fiquei com nenhum centavo da empresa. Nunca fiz nada de errado. Eu cometi, sim, um crime, mas não pertenço ao crime”, desabafou o réu, que, emocionado, pediu perdão à família da vítima.

Também sentam no banco dos réus, nesta terça-feira, Jonathas Barbosa de Oliveira e Jalves Ferreira da Silva. 

O caso

Abinael Saldanha foi sequestrado e morto em junho de 2016, a mando de Ericksen Dowell. As investigações da polícia apontaram que Ericksen tinha interesse em ocupar o cargo de Abinael e estava correndo o risco de ser denunciado por um desvio de R$ 12 mil na empresa em que trabalhavam.

Ericksen, ainda conforme as investigações, contratou Jalves Ferreira, que contratou Deivisson Bulhões da Rosa Santos e Jonathan Barbosa de Oliveira para a execução do crime. Abinael foi levado do bairro de Santa Lúcia até uma mata em Rio Largo, onde foi morto com um tiro.

Depois de uma grande campanha da família e amigos para localizá-lo, Abinael foi encontrado, já sem vida, sete dias após o seu desaparecimento.

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