Redação
O fato político mais relevante deste domingo (17) em nível de Brasil, com repercussão em Alagoas, foi a entrevista do presidente da Câmara os Deputados, Arthur Lira (PP/AL) à “Folha de São Paulo”, na qual ele confirma que o seu PP e o Republicanos agora são dois partidos que oficialmente passam a integrar a base do presidente Lula (PT).
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“Há uma aproximação de partidos de centro que não faziam parte da base do governo para essa adesão. É claro que, quando um partido indica um ministro que era líder de um partido na Câmara [Caso de André Fufuca], a tendência natural é que esse partido passe a ser base de apoio ao governo na Câmara dos Deputados, como Republicanos, como outros partidos”, disse Lira se referindo aos ministros André Fufuca (Esporte) e Silvio Costa Filho, do Republicanos (Portos e Aeroportos).
O parlamentar alagoano também admitiu, na entrevista, a participação do seu grupo político no controle da Caixa Econômica Federal:
“Ali as coisas têm que ser tratadas com muita transparência e vão ser tratadas com muita clareza. E vão ter, claro, indicações políticas que não serão criminalizadas por isso. A turma terá responsabilidade. A exoneração é o primeiro convite para quem não andar corretamente.”
Essas declarações de Arthur Lira contestam a posição do presidente do PP nacional, Ciro Nogueira, que defende o partido na oposição ao governo. O presidente da Câmara argumenta:
“Eu sempre combati isso [presidencialismo de coalizão]. Mas essa é a maneira escolhida pelo governo que foi eleito democraticamente. O presidente Lula escolheu essa maneira de formar sua base, trazendo os partidos para ocupar espaço na Esplanada dos Ministérios.”
Em nível nacional, uma questão que se coloca é a situação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é filiado ao Republicanos, comanda o maior Estado do país e tem demonstrado fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda o principal opositor do governo Lula.
Em Alagoas, essa posição de Arthur Lira reafirma na liderança no Congresso Nacional, consolida a aliança com Lula e amplia a questão de quem tem mais prestígio político junto ao governo federal – se ele ou o senador Renan Calheiros (MDB).
Outro aspecto a considerar é o efeito da adesão formal do Presidente da Câmara dos Deputados ao governo Lula em relação às negociações para as próximas eleições aqui no Estado, principalmente a de 2024, quando a escolha de prefeitos e vereadores definirá a base política para 2026, que definirá Presidente da República, governador, duas vagas no Senado, deputados estaduais e deputados federais.
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