O professor e físico alagoano Askery Canabarro foi destaque recente ao emplacar artigo científico em uma das revistas internacionais mais prestigiadas do mundo, ao se contrapor a uma das teorias de ninguém menos que o pai da física moderna: Alberto Einstein.
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O artigo, publicado no dia 3 de janeiro deste ano no site da revista “Nature Scientific Reports”, do grupo editorial Nature, contou com o fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) para o custeio da publicação.
Com o tema “Como uma única partícula modifica simultaneamente a realidade física de outras duas distantes”, Canabarro menciona que um estado quântico pode depender de um estado quântico distante, o que, neste ensejo, difere as conclusões de físicos como Einstein, que não concordava com as não localidades. Este erro ficou conhecido, inclusive, como o erro genial de Einstein.
Em resumo, o que foi inaceitável para um dos maiores gênios do século XX, agora desponta como um dos principais caminhos a serem explorados na física pelo pesquisador alagoano que compõe o quadro do Núcleo de Ciências Exatas (NCEx) do Campus de Arapiraca, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Canabarro explica que o tema do artigo surgiu no contexto de seu pós-doutorado, cursado na Universidade de Boston.
O trabalho em questão foi produzido em colaboração com dois professores Sérgio Azevedo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Bertúlio de Lima, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
O artigo
O trabalho, inserido na mecânica quântica, utilizou um protocolo para apresentar uma forma de observar um fenômeno conhecido na Física Quântica como “não localidade”. Em termos gerais, o fenômeno descreve o fato de que duas partículas completamente separadas no espaço podem ter a mesma reação a um estímulo aplicado somente a uma delas em termos mensuráveis. Daí, o título “Como uma única partícula modifica simultaneamente a realidade física de outras duas distantes”.
Físico atinge alto indicador de qualidade acadêmica
Enquanto as análises do estudo eram produzidas, a equipe explorava a possibilidade de enviar o trabalho para um periódico mais conceituado possível no ramo.
O professor Canabarro até então era apoiado pelo Programa Primeiros Projetos (PPP), operacionalizado na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).
“O PPP é importantíssimo para quem está começando na pesquisa. Este artigo foi financiado exclusivamente pela Fapeal. A revista é aberta, mas existia um custo de publicação que foi subsidiado apenas pela instituição, através do PPP”, destaca Canabarro.
O Núcleo de Ciências Exatas possui três anos de pesquisa e este não é seu primeiro destaque. Outros seis artigos foram publicados pelo professor durante o processo de pesquisa do PPP e todos em âmbito Qualis A, o mais alto indicador de qualidade acadêmica, de acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), agência do Ministério da Educação.
A instituição é a responsável por avaliar o nível dos estudos propostos pelos grupos de pesquisa e pós-graduações no Brasil, e pontua seus indicadores de qualidade.
O físico argumentou ainda sobre os apoios que têm recebido para fornecer celeridade aos estudos:
“Com este impulso nos projetos locais, nós não temos que concorrer em editais nacionais e disputar com todo o país por recursos para a pesquisa. Estas iniciativas dão um impulso para as nossas ações”, alega o estudioso.